quinta-feira, março 12, 2009

Ah! Se você soubesse

O que fiz com boa intenção foi mal interpretado... por um beija-flor.


Ontem tive problemas com um. Ele voou para dentro da garagem e ficou perdido. Apesar de a porta estar aberta para que saísse, ele não conseguia vê-la. Pelo contrário: insistia em bater a cabeça contra a janela fechada. Estava determinado a sair, mas sua determinação não quebrava o vidro.


Logo toda a nossa família estava na garagem, lamentando sua confusão. “Ajude-o, papai”, veio o coro das minhas filhas.


Então tentei. Abri a janela, esperando que voasse por ela - mas não voou.

Ele escalou o friso da janela quando ela subiu. Cutuquei-o com um cabo de vassoura, achando que poderia voar pela janela, mais abaixo. Mas não voou.


Bati nele com mais força. Ele não se moveu. Finalmente depois de várias cutucadas firmes, ele fez um movimento... para o lado errado.

Em vez de voar para frente, agitou-se para trás, ficando entre as duas placas de vidro.


Agora estava preso. Que triste visão. Um passarinho debatendo-se dentro do vidro. Não tive escolha. Enfiei meus dedos pela abertura agarrei algumas penas e o puxei para fora. Tenho certeza de que ele não apreciou o puxão, mas pelo menos estava livre.


Eu estava sendo bondoso. O pássaro achou que eu era cruel. Se o passarinho ao menos soubesse que eu estava ali para ajudar... Se pelo menos soubesse que eu estava do lado dele... Se ao menos compreendesse que a plataforma móvel e a vara eram para protegê-lo...



Bem, posso estar exagerando em relação ao passarinho, mas não estou exagerando no que quero dizer. Todos os dias, a ajuda estendida por Deus é mal interpretada, como se fosse para ferir. Reclamamos de janelas fechadas, sem perceber a saída logo abaixo. Escapamos da vara que nos guia, e fugimos dos dedos que nos libertam.



“Se você ao menos soubesse...” eram minhas palavras para o pássaro.

“Se você ao menos soubesse...” são as palavras de Deus para nós.



Que palavras melancólicas para sair dos lábios de Deus. Quanta bondade em deixar-nos ouvi-las.

Como é importante pararmos para escutá-las. Se ao menos soubéssemos confiar...

Confiar que Deus deseja o melhor. Confiar que Ele está falando sério quando afirma:

“Bem sei os pensamentos que tenho sobre vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”. (Jr 29:11)



* Extraído do livro: "Ouvindo Deus na Tormenta". De Max Lucado. Ed. CPAD

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